quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lama, lágrimas e morte: a jornada de fotógrafo no rio Doce








  



Marreco-pé-vermelho morto no rio Doce após a passagem da lama; equipe havia passado pelo mesmo local antes da chegada dos resíduos e observado aves vivas


Regência é um lugar especial para o fotógrafo Leonardo Merçon, de 34 anos. Desde a adolescência, a vila na foz do rio Doce, norte do Espírito Santo, era parada obrigatória para a prática de surfe.
Ali ele conheceu uma comunidade de 300 famílias, entre pescadores, caboclos e descendentes de índios, com uma característica marcante: a preocupação em conservar a natureza.
"É uma população organizada, acostumada a brigar pelo local, que é um santuário ecológico mesmo. Muitos escolheram viver ali", diz Leonardo
 

Garça voando em frente à barragem de Mascarenhas, no momento em que a lama de resíduos atingia o rio




No último final de semana, naquele mesmo local, o fotógrafo acompanhou o momento em que o povoado se tornou vítima do maior acidente ambiental da história do Brasil.
Um dos trechos mais preservados do rio Doce foi tomado pela lama de duas barragens da Samarco (Vale e BHP Billiton), rompidas no último 5 em Mariana (MG). Cerca de 25 mil piscinas olímpicas de rejeitos de mineração se deslocaram – e ainda percorrem – mais de 600 km até a costa capixaba.
"A água verde do rio se misturou com a lama até tudo ficar marrom. Os moradores estavam chocados, tentando ajudar de alguma forma", conta Leonardo, sobre o momento em que a mancha se espalhou por 10 km de praias na foz do rio.




Fonte....G1



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